quinta-feira, 26 de abril de 2007

"Brilhantes" declarações de Miguel Ángel Quintanilla

O Secretário de Estado, Miguel Ángel Quintanilla, declara no V Congreso de Universidades que "Se trata de ofrecer a las empresas lo mejor de la universidad, la mejor 'mercancia". Poucos exemplos de mercantilização da universidade mais claro que este podemos achar... Qualquer debate sobre Bolonha já assume desde o primeiro momento a lógica neoliberal: @ alun@ é simplesmente uma matéria prima (uma "matéria de produção") que incrementará o seu potencial produtivo (e pelo tanto o seu preço) durante a "transformação" da universidade.
Senhor Quintanilla... Não somos mercadoria!! mas vocês são mercadores de pessoas!!
Não é a primeira vez que Quintanilla nos dá mostras das suas grandes ideias. Passo aqui a ligação à página web da Gaceta Universitaria donde tirei as declarações:
Porém esta é a ligação a um blogue muito crítico com Quintanilla. Nele analisam-se declarações suas sobre a investigação e a universidade muito polémicas:

Já temos Assembleia de Filosofia!

Ontem constituímos já a Assembleia de Filosofia. Nesta primeira reunião conseguiu-se aprovar por unaminidade o "Regulamento de regime interno".
A participação foi baixa (7 pessoas de Filosofia tão só, três deles estudantes Séneca, e outra de História da Arte como ouvinte) mas as posturas eram bastante similares enquanto às linhas básicas de actuação. É preciso publicitar mais ainda a existência da Assembleia para fomentar a participação, e, sobretudo, começar uma campanha informativa sobre o Processo de Bolonha. A desinformação é total (veja-se a enquista de El Correo Gallego desde este blogue).
A gente é reácia a participar em iniciativas deste tipo porque consideram que estão manipuladas por grupos políticos. O primeiro passo deve ser fazer-lhes saber à gente que a Assembleia não tem outra linha ideológica que a que lhe imprima a gente que participe dela. É simplesmente um marco democrático de participação do estudantado desde o que poder lutar contra o Processo de Bolonha, mas também realizar outras actividades: ciclos de cinema, revista da faculdade, palestras alternativas, etc...
A Assembleia de Filosofia fica constituída, e aproveita para agradecer a colaboração de pessoas doutras assembleias.

Regulamento de regime interno da Assembleia de Filosofia

REGULAMENTO DE REGIME INTERNO DA ASSEMBLEIA DE FILOSOFIA

Este Regulamento foi debatido e aprovado pela Assembleia com a fim de evitar manipulações por parte de grupos ou indivíduos. Neles descrevem-se como tem de ser convocada uma assembleia e como deve de celebrar-se para que poda considerar-se legítima.

1._É membro da Assembleia de Filosofia qualquer estudante, bolseir@ ou trabalhador da Faculdade. Nenhuma outra condição poderá ser exigida para participar nela com plenos directos. Qualquer outra pessoa não incluída entre as anteriores, que queira vir aportar as suas ideias poderá fazê-lo.

Das convocatórias:

2._A Assembleia considerará-se formalmente constituída e com potestade de tomar decisões legítimas quando se cumpram as seguintes condições:

1._Que seja convocada por qualquer dos seus membros mediante anúncio escrito colado nas portas das salas de aulas da Faculdade.

2._Que a convocatória se realize como mínimo com três dia lectivos de antelação.

3._Que a convocatória contenha, como mínimo, a seguinte informação: lugar, data e hora de celebração e ordem do dia. Qualquer assunto que se trate na Assembleia sem estar incluído na ordem do dia, terá carácter meramente informativo e não poderá dar lugar a decisões legítimas.


3._Poderão incumprir estas condições as Assembleias convocadas com carácter meramente informativo por motivo de urgência. Em tudo caso, a convocatória deverá ser igualmente pública e não se poderá tomar decisões em nome da Assembleia.

Do funcionamento:

4._Uma vez constituída, a Assembleia designará um moderador e passará a debater os pontos da ordem do dia.

5._Os turnos de palavra serão abertos, salvo que se acorde o contrário para evitar a excessiva duração dos debates. Em tudo caso, tudo membro terá direito a tomar a palavra se é aludido directamente pela intervenção doutro, embora se fechassem os turnos de palavra e não solicitasse falar previamente.

Da língua:

6._A Assembleia não tem língua ou normativa linguística oficial, mas considera-se importante o uso do Galego e intentará-se fomentá-lo. Porém, respeitará-se a língua na que cada um se sinta mais cómodo.

Das iniciativas e votações:

7._Toda iniciativa apresentada perante a Assembleia deverá ser defendida por uma pessoa que esteja disposta a responsabilizar-se da sua realização.

8._As iniciativas deverão apresentar-se preferentemente por escrito.

9._A Assembleia poderá modificar as iniciativas apresentadas perante ela antes da sua aprovação. Se a pessoa que apresentou a iniciativa considera que uma modificação em debate vai em contra do espírito daquela, poderá negar-se a responsabilizar-se da sua realização. Dita negativa deverá de expressar-se antes de votar a modificação, e só se continuará com ela se algum outro membro se manifesta disposto a levar a cabo a iniciativa modificada. As distintas modificações propostas deverão votar-se por separado.

10._As votações serão a mão alçada, devendo estar escrita no quadro-preto nesse momento a parte da iniciativa que se está a votar, assim como todas as outras opções. Para a aprovação da proposta será dabondo com a maioria simples.

11._Uma vez aprovada a iniciativa, poderá elixir-se um grupo de pessoas que se encarreguem da sua realização, sendo preferentemente a pessoa que realizou a proposta o seu coordenador.

12._No caso das Assembleias constituídas regularmente, recomenda-se que a ordem do dia contenha um ponto onde se analisem os resultados das iniciativas em curso, incluindo-se nesse ponto a petição de explicações à pessoa ou pessoas responsáveis se fosse necessário.

Das associações de estudantes:

13._Não se impedirá a participação normal d@s membr@s de associações estudantis na Assembleia.

Da modificação do regulamento:

14._Será preciso para a modificação deste regulamento uma maioria do 75% da Assembleia.

Este regulamento foi aprovado unanimemente pela Assembleia de Filosofia no 26 de Abril de 2007. Trinta e três anos depois de que foram libertados os presos políticos portugueses da Prisão de Caxias e de Peniche trás a Revolução dos Cravos; e no 70 aniversário do bombardeio da vila de Gernika pela Legión Cóndor.

Noite formativa na Faculdade de Física

Ontem, 33 aniversário da Revolução dos Cravos, a Assembleia de Física organizou uma noite formativa. Começou-se com uma charla com parte do professorado da faculdade: Víctor Mosquera, Ángeles García (a decana da faculdade) e Jorge Mira (conhecido por trabalhar na TVG). A charla desenvolveu-se num ambiente cordial, com muitas intervenções de alun@s. Porém, o diálogo não existia. Cada um dos grupos, professorado e alunado, movia-se sempre dentro duma lógica própria, cada um atendendo aos seus interesses.



A muito crítica postura do professorado centrava-se quase exclusivamente na sua parte: a dificuldade de implantar o plano europeu, o caos do Ministerio de Educación, etc...

As directrizes que chegam aos decanados são sempre documentos de trabalho modificados constantemente, nunca uma normativa fixa à qual ater-se. Pensamos que esta "borrosidade" nas directrizes não é senão uma prova da desorganização geral, e a dificuldade que provoca: não se pode criticar um modelo fixo, a universidade não participa em absoluta da reforma... Enfim, que isto cheira.

Falou-se muito da financiação da universidade. A postura da decana era muito clara: não à privatização, "esto se llama universidad de Compostela, no empresa de Compostela". A estruturação em graus e pos-graus deve-se realizar nas faculdades a "custo 0". É dizer, a USC não paga a reforma. Isto é uma forma de forçar às faculdades a aceitar uma financiação mista, é dizer, com a empresa privada. Há que dizer que isto lhe molestava bastante à decana ("buscar financiación pública es lo ético") e ao professor Jorge Mira, que se bem repetiam uma e outra vez que os documentos de trabalho do MEC não falam em absoluto do tema (esta desinformação forma parte da estratégia), há bastantes suspeitas de que a empresa entrará na USC mais ainda do que já está hoje.


Em conclusão, a privatização preocupa e muito. Alias, como diz o filosofo esloveno Slavoj Žižek, ninguém acreditou a Fukuyama quando anunciou a fim da história (chegamos ao capitalismo neoliberal, este é o melhor sistema e implantará-se em tudo o mundo) mas todos actuamos como se tivesse a razão. Em nenhum momento do debate o professorado entrou noutra dinâmica, nunca se saiu do marco da lógica capitalista.
A universidade como mera factoria de mão de obra qualificada, desenhada a expensas do que solicite a empresa, está assumida. Há que reavivar o debate uma vez mais.
Alguns outros trechos do debate são estes:
Ángeles García: "El problema es la implantación", "la normativa nunca aparece en el BOE, nunca como reglas claras, sino como documentos de trabajo", "el planteamiento es razonable pero no la implantación", "cambia radicalmente el modo de enseña y el de aprender", "a veces ironizamos entre nosotros (professores) que vamos tener que venir a clase con una camiseta con el logo de la empresa que nos vaya a financiar", "quizas se vea cierta tendencia de venda de estes másters (os encaminhados à saída profissional) a la empresa".
Víctor Mosquera: "tenemos que planificar el máster sin saber como es el posgrado".
Jorge Mira: "empeçou-se a casa polo telhado, como vas desenhar um pos-grau sem saber como é grau??", "a implantaçom fai-se a custo 0, desde a universidade!!", "o financiamento mixto vai ser possível", "nom me extranharia nada (referindo-se à entra da empresa)"
Um estudante lendo a declaração de Quintanilla em Gaceta Universitaria: "diz Quintanilla: `debemos dar a las empresas la mejor mercancía´".

Criado grupo para a recepção de televisão e rádio portuguesa na Galiza.

Ligação com a plataforma "Televisões e Rádios Portuguesas na Galiza já!". Aparece um vídeo da RTP no que fala Xosé Luís Méndez Ferrín sobre a questão da língua:

http://www.agal-gz.org/portugaliza/tvsptnagaliza/

O Senén diz que vai fazer "redistribuição de riqueza"...


O reitor confirmou em "La Voz de Galicia" a sua política de suba de taxas. Se bem pode que não seja parte do Processo de Bolonha, também é certo que é uma consequência lógica da sua aplicação. O novo tipo de universidade, com aulas para turmas muito reduzidas, a escassa financiação pública, etc... Tudo isto provoca a suba de taxas, uma vez mais, é o alunado quem tem que cargar com a má gestão.

É indignante que Senén Barro justifique deste jeito a suba das taxas: «importantes economistas consideran que esta fórmula, existente en varios países» (refere-se às matriculas relativamente baratas) «es absolutamente injusta porque la Administración financia a familias sin problema económicos de manera injustificada».

Desde logo que seria muito positiva uma distribuição da riqueza, mas feita seriamente, não como uma simples ocultação ideológica. As declarações de Senén são pura hipocrisia: a suba de taxas afectará àqueles que têm uma renta mais baixa embora não estejam becados. @s filh@s das classes altas não lhes afectará a suba das taxas realmente, pois para eles, sim e uma contribuição "simbólica", com diz Senén que é as taxas de matriculação.



Cá tendes a ligação à notícia completa no jornal La Voz de Galicia:

http://www.lavozdegalicia.es/buscavoz/ver_resultado.jsp?TEXTO=100000125446&lnk=SENEN

terça-feira, 24 de abril de 2007

Education for Europeans. Towards the Learning Society

Achei na rede um texto muito interessante para analisar o Processo de Bolonha e a conseguinte brutal mercantilização da universidade europeia. É surpreendente.
No 1995, três anos antes de aparecer a Declaração de Bolonha, apresenta-se um informe da la European Round Table of Industrialists (ERT), lobby que agrupa a executivos de multinacionais como Nestlé, British Telecom, Total, Renault ou Siemens entre outras, titulado Education for Europeans. Towards a Learning Society que inclui o seguinte:

"O objectivo deste informe é simplesmente apresentar a visão dos empresários respeito a como eles crêem que os processos de educação y aprendizagem no seu conjunto podem adaptar-se para responder de um jeito mais efectivo aos retos económicos e sociais do momento.
A ERT aguarda que engadindo a visão prática da empresa às bem documentadas opiniões dos especialistas nesse campo, se possa ajudar a provocar as urgentes mudanças que, ao nosso juízo, requerem na actualidade os sistemas educativos europeus. "

Esta é a ligação:

Artigo de Marcelino Agis sobre a reforma universitária

Na edição de ontem de El Correo Gallego aparecia um artigo de Marcelino Agís, professor desta faculdade, falando sobre a reforma universitária. Pensei que seria interessante colgá-lo aqui, pois é a opinião de um professor sobre Bolonha mais recente que achei. Por outro lado, deixa traspassar a nula importância que se lhe está a dar à incorporação ao espaço educativo europeu tanto na USC, como nos méios informativos. Embaixo tendes a ligação à página original.

Triste se queda Fonseca
23.04.2007
MARCELINO AGÍS VILLAVERDE CATEDRÁTICO DE FILOSOFÍA
La Universidad va bien. ¡Qué digo bien, muy bien! Ya no hay problemas ni en Galicia ni en España. No hay huelgas, ni manifestaciones, ni prisas para la implantación del espacio europeo de enseñanza superior. Ningún sector de la comunidad universitaria se queja de nada porque hemos alcanzado el paraíso y nadie aspira a una vida mejor.
Fíjense si irá bien la cosa que el pasado viernes 13 de abril se aprobó la modificación de la Ley Orgánica de Universidades y nadie se ha enterado. Nada que ver con la bulla que se montó cuando se aprobó la ley en diciembre del 2001. Yo, que soy quisquilloso, escribí algunas apreciaciones al respecto cuando el Consejo de Ministros del 1 de septiembre aprobó el texto para el posterior trámite parlamentario. Ya entonces tenía clara conciencia de ser la voz que clama en el desierto. Rectores, vicerrectores, profesores, todos están plenamente satisfechos. Pues, mira que bien. Y, sin embargo, me siento triste. No tanto porque haya triunfado en la universidad española el rodillo del pensamiento único cuanto porque ha sido para nosotros una semana trágica. En la Universidad Técnica de Virginia, han muerto de una forma horrible muchachos inocentes. En la Universidade compostelana hemos perdido al profesor Lete del Río en un trágico accidente. Y unas semanas antes falleció el inolvidable amigo Andrés Tarrío que, con tanta sensibilidad y cariño, trató siempre a la Universidade en su sección de EL CORREO GALLEGO.
A todos ellos quiero dedicar un recuerdo emocionado, que privadamente tuve también con mis alumnos, porque la universidad sigue siendo una gran familia y nos duelen estas cosas.

http://www.elcorreogallego.es/index.php?idMenu=130&idNoticia=158558

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Só o 19,6% das horas de docência da USC em Galego.



No número 33 de "O Cartafol", a revista da equipa de normalização linguística da nossa universidade, aparecem dados muito tristes sobre o uso do Galego na USC. O 19,6% é algo insignificante, mais anedótico que outra coisa. A situação da língua galega na USC é péssima. Podemos imaginar como o será após da adaptação ao Processo de Bolonha?

Esta é a ligação com o "Cartafol", é interessante desde logo botar-lhe uma olhada às estatísticas que apresenta:

http://ocartafol.usc.es/default.asp?OCartafol=33

Primeira reuinião para constituir a assembleia

A vindoura quinta-feira, dia 26 de Abril, estamos tod@s convocad@s à primeira reunião para elaborar a assembleia de filosofia! Ainda somos uma das poucas faculdades sem ela, há que organizar-se já!

Este é o cartaz:

ASSEMBLEIA DE FILOSOFIA

Quinta-feira, dia 26 de Abril às 19h.
(Na Faculdade de Filosofia)


A FACULDADE DE FILOSOFIA É UMA DAS POUCAS NAS QUE AINDA NÃO TEMOS UMA ASSEMBLEIA DE ESTUDANTES, PELO QUE FICAMOS CONVOCADOS TOD@S @S ESTUDANTES DA FACULDADE A UMA REUNIÃO, NO DIA INDICADO, PARA CONSTITUIR A "ASSEMBLEIA DE FILOSOFIA".

Dada a gravidade do Processo de Bolonha (que pretende abrir a universidade pública à privatização), assim como a necessidade de contar com uma plataforma estudantil, democrática e estável desde a que realizar actividades alternativas (como ciclos de cinema, palestras, mesas redondas, etc...) mas também contar com um apoio à hora de tratar problemas internos da própria faculdade, é preciso organizar-nos já.

Achamos que a estrutura assembleário é a melhor, por ser independente de qualquer outra organização ou sindicato estudantil, etc... @s presentes na assembleia serão @s que decidam o que queremos fazer, como, quando e por que. Tod@s poderemos dar a nossa opinião ou propostas ademais do nosso voto.

Historicamente, as faculdades de filosofia sempre foram das mais activas em todos os movimentos sociais. Não podemos ficar a fazer filosofia de escritório, académica e estéril...

Intentaremos, nesta primeira reunião, decidir o que queremos ser e fazer, informar um pouquinho sobre o Processo de Bolonha e a Coordenadora de Assembleias, e ademais aprovar um regulamento interno decidido e discutido entre tod@s.

PARTICIPA DA ASSEMBLEIA, FAZ FILOSOFIA!


Intentará-se conseguir a chave do local de alun@s ou uma sala de aulas. Se não for possível, buscaremos qualquer outro sítio alternativo.

O 90% d@s estudantes não sabem o que é o Processo de Bolonha

Aqui tendes a ligação com El Correo Gallego onde publicam, em Fevereiro deste ano, a sondagem na que se afirma que "quase 90% dos alunos têm nula ou muita pouca informação sobre as mudanças que se avizinham e como afrontá-las"

http://www.elcorreogallego.es/index.php?idMenu=130&idNoticia=134868